sexta-feira, 21 de março de 2008

filho da puta

O dia escurecia. Era como se eu tivesse acabado de tomar um soco pelas costas, mas não, era pior que um soco. Não senti a lâmina entrar, apenas a bainha bater e não conseguir mais penetrar. A visão escureceu, o corpo esfriou. O coração no peito, já não mais sentia, era um gelo. Algo como um chopp extremamente gelado em meu peito. A primeira reação não houve. Fiquei paralisado. Foi quando começei a ouvir uns poucos risos. Enfiei a mão na cintura, catei minha pistola. Ainda dava tempo de contemplar aquela famosa lei da física "toda ação tem uma reação". Virei repentinamente, e já vendo o sujeito se afastando, chamo por ele, o filho da puta olha, e nem dá tempo direito de regalar os olhos. Deixo minha marca um pouco acima do nariz. Morte instantânea. Fico de joelhos e caio para trás. Termino meu dia caído de costas no chão. O filho da puta termina com a boca em cima do meu pau. Filho da puta de merda, até pra morrer tem que ser filho da puta!

terça-feira, 18 de março de 2008

trabalho

Acordei com sono. Tava cansado do dia anterior, e a noite não tinha valido de nada. Tava de saco cheio dessa cama velha que rangia com qualquer movimento que eu fizesse. E o colchão nem se fala. Uma porra que era mais dura do que se eu botasse um lençol em cima da cama. Pensando bem, na próxima noite, farei isso. Porra. acordei sem nenhuma paciência. Peguei a garrafa de rum que fica na minha cabeceira, e já botei pra dentro. Se foder! Vou ter que trabalhar o dia todo. Botei uma bermuda, sapato, camisa e fui pro ponto. Inferno de calor do caralho. Havia 10 minutos que tinha saído de casa e já tava suado feito o cão. Subi no ônibus, aquela merda lotada da porra. O único alívio nisso é poder passar a mão na bunda das garotinhas indo pro colégio. Fora isso é ficar sentindo um macho atrás de você. Porra! Com tanta mulher dando sopa dentro da merda do ônibus eu tenho que esbarrar justo num viado, que fica roçando em mim? Vai se fuder! ficando puto já, e nem dez horas da manhã são. Pra piorar, nego decide bater com a porra do carro na avenida. Tudo parado. Porra! Vou perder meu trabalho desse jeito. Que merda. Vontade de descer desse ônibus e pegar os motoristas que bateram, e se não morreram, matar logo os dois. Pro inferno esses filhos da puta, porra! puto! Literalmente puto! " irmão, vai continuar roçando essa merda pequena ae?" Falo me virando pra trás com a minha pistola já na mão. O viado fica sem reação com uma cara que porra, só vendo. "Agora resolveu assumir que é bixa?" Fiquei olhando praquela mulherzinha de barba. "Abre as pernas!" Ela abriu. Ui! "Abaixa a calça e me mostra esse pau pequeno !" Ela ia obedecendo. "Tu é um merda. Fica com medo de uma arma de brinquedo!" Quando falo isso, ele esboça uam reação, e é nesse momento que eu disparo contra aquele pedaço de carne que ficava roçando em mim. "Filho da puta! Acredita em tudo que te falam?" Os outros passageiros ficam calado, e só se ouve o som da bixa gritando de dor. Eu abro espaço no ônibus e desço. Cadê a porra dos carros?. Nem barulho de sirene eu ouço. Porra, essa merda deve ser muito longe. Botei a pistola na cintura e fui andando. Que porra de dia. Vai tomar no cu! Vou andando entre os carros mermo. A rua foi feita pros carros andarem. Se eles tão parados, então não é rua. Foda-se! Vou andando tranquilo, embora puto. Quando vem a porra de uma moto na minha direção. Sorte do maluco porque conseguiu frear. Caso contrário, viraria defunto. Mas resolveu reclamar. Isso é chato demais. Nego pega uma moto com motor de cortador de grama, e acha que pode sair metendo bronca em tudo que é canto. Acha que faz parte de gangue e o caralho. "Vai pro inferno com uma porra dessas!" Foi o que pude dizer antes de meter uns tiros no tórax do malandrão. Aproveitei que ele já não tinha mais condições de pilotar a moto. Peguei ela pra mim, emprestada, diga-se de passagem. Pedi o endereço do cara, antes de ligar chamando a ambulância. O cara provavelmente tava tão puto com o trânsito quanto eu, indo pro trabalho. Mas se fodeu! Só! Porra bixo, o trânsito é gigantesco. Andei pra caralho e a porra do acidente não me aparece. Penso isso e me deparo com meia dúzia de carros semi-fundidos. O bagulho foi feio. Mas dos seis motoristas, três já tiveram êxito letal. Me restam três. Tem muita gente olhando a situação. E eu puto. Chego junto também. Tiro a pistola da cintura e dou um tiro na testa de cada um. "Ninguém merece nego que não sabe dirigir." Subo de novo na moto, com todos os bisbilhoteiros, atônitos. E sigo rumo ao trabalho. Entrando na minha sala, batem a porta "O que você tá fazendo aqui?"; "trabalhando, porra!"; "Mas hoje é sua folga, seu merda."