terça-feira, 12 de maio de 2009

Agilidade é o nosso nome

Estou sem saco. Sem disposição pra nada. Sem a mínima vontade de escrever. Algo novo. Algo escroto. Não vou ficar aqui prolongando um texto inútil sobre nada. Sobre tudo. Ou sim. Ou não. A vontade é mandar pro inferno. Vai! Vai! Vai mais uma vez! Vai! E não volta mais. É assim. Sim!. Inutilidade é abrir um site que não tem nada que preste escrito. Nenhum conteúdo. Mas qual é o problema?. Já há tanto conteúdo nas coisas que compramos. Alguns litros. Alguns kilos. A mesma merda de sempre. E então. Toma mais alguns bytes. Mais alguns pixels. Ah! agora não podes mais dizer que não há conteúdo por aqui. Cansou?. Vai no mercado comprar uma fruta. Um suco. Gosta de canudo? Então compre também um canudheeeeeenho. E depois pode se dirigir para o mesmo lugar do amigo acima. Mas vai logo!. Bixo. Tô cansado. Sem disposição nenhuma pra escrever. Acho que já falei isso antes. Mas não custa nada falar de novo. Me falta tempo. Me falta tranquilidade. E este blog realmente continuará um tanto lento. Até que se faça o contrário. Abro um espaço aqui para falar do meu trabalho: Tédio. Obrigado. Sim. Apenas uma palavra resume meu trabalho. E depois?. Bem. Depois eu não sei. O mais legal disso tudo é que você começa a ficar louco. Conversando sozinho. Mostrando coisas novas (entenda repetidas) para você mesmo. É uma diversão única. Literalmente. A insanidade me assola. E por rima. Me lembrei do óleo mazola. Ou algo assim. Então. É isso que vos digo. Estou me tornando um insano. Não há mais conceito em minhas palavras. Não há mais sentido em meus atos. Minhas pernas cobrem-se de ratos. Pêlos espalhados. Ralos. E cabeça enfiada no vazo. Te digo mais. Isso é apenas o começo. Começo do início. Que cobre o precipício com densas nuvens negras. Se joguem. Vocês são pássaros. Voem!. A gravidade não existe sem a gravidez. Da terra sobre o ar. O espaço sobre o infinito. Eu sobre o mundo. O mundo sobre vocês. Vivemos juntos. Vivemos em um mundo louco. Estou me adaptando. Estou ficando louco. Desvairado. Insano. Novamente. Repetição. Tudo muito rápido. Velocidade. Rapidez. Palavras grandes perdem a vez. Assim!. Conto!. Mais!!. Isso!!. Tem!!. Vem!!!. Aqui!!!. Ráp...!!!. Ag...!!!
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E um viva a nossa sociedade!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Somos

A carga é bruta. O peso maior do que poderíamos comportar. E nós ainda tentamos. Olhamos para os lados. Mas ninguém para ajudar. Os olhos tristes seus a me condenar. Se um dia imaginasse que chegaríamos a esse ponto. Nunca teria me atrevido a escrever estes contos. Conto de dor. de horror. de vida. de amor. O peso é grande. E não temos ninguém. Um dia poderiámos ter acreditado em deus. Quem sabe agora poderíamos ter a quem recorrer. Fazer uma ligação direta. Uma reza. Mas aqui. Tão próximos eu e você. E lá. Lá se vai nossa última gota de esperança. Será que você me compreende?. Ou esta sua lágrima que caiu é o meu último julgamento?. Me desculpe por sobrecarregar o instrumento. Jogamos para fora tudo que não presta. A vida é a última coisa que nos resta. Nossa fuga. Nossa remessa. Podemos voltar a voar. Podemos ir longe. É difícil empurrar tanto peso para fora. Jogar tudo no abismo do esquecimento. Mas eu faço. Vamos perdendo peso. os poucos suas lágrimas ressurgem. Memórias?. Tristezas?. Esperança?. Alegria?. Alergia?. Ou sede de triunfo?. Te acompanho, meu amor. Fazemos chover. Ganhamos os céus. Eu e você. Estamos cada vez mais altos. Ninguém. E nada!. Jamais vai conseguir nos abater. Nos botar no chão. Exceto quando quisermos. Não somos mais um pequeno ponto no céu. Nós fazemos os céus. Todo o universo. Criamos a vida. Eu. Você. E quem acabou de chegar. Juntos somos três. A chuva não para. Formamos rios e oceanos. Rios que levam a tristeza embora. E desembocam em oceanos de festa e alegria. A carga era pesada. Muito mais pesada do que pensávamos. Mas agora? Somos mais leves que o ar. Mais belos que o céu. Somos tudo o que puderes imaginar...
Sim!, somos!

E..?

Tensão. Os fatos vem acontecendo. Rolando. Uma bola de neve. Enquanto escrevo algumas palavras mais uma situação desfavorável se desenha. E não pode-se apagar com qualquer borracha. A viagem. A volta. A ida. e a vinda. Tudo num momento único. Em apenas um segundo. Não posso dizer o que vou viver. Se nem tenho certeza de quanto mais vou. Tenho vida. Quero viver. Mas nem toda vida é feita de ser. Neste exato momento. Apenas vivo. Vivo. Vivo. Vivo pensando em como vou sair. E tem mais coisas vindo. Aonde vou chegar? Aonde vamos chegar? Aonde vão alcançar?. É simples. Um breve cálculo matemático. Ou apenas uma questão social. Mas convenhamos. Sou um animal racional. E?. E que se foda. Não adianta eu escrever aqui sobre suas vidas. Se nem são minhas. Apenas penso que tudo isso de nada vale. O valor é zero. O zero é absoluto. A pressão no chão. E você ainda quer sair por aí?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Fui!

É feriado. Vamos tirar uma folguinha.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Chão!

A inspiração me vem. Me faz sentir que posso ir mais além. Ao contrário do que disse esta semana. As palavras me vem como uma nuvem de fumaça quando solto o bafo do cigarro. Faz o caminho inverso da cerveja que entra enquanto me embriago. A velocidade é tão intensa que me troco as letras. Embolo as palavras. Às vezes me pego até inserindo vírgulas nos meus textos sem pausa. Respiração pode ser fatal. Me sinto como se fosse um animal a espreita de sua presa. Olhos tensos. Batimentos acelerados. Tudo friamente calculado. Mas ao mesmo tempo. Na velocidade da intuição. Perco o controle de meus movimentos. O instinto toma conta. Isso é perigoso. Ou esqueci de tomar meu remédio. Ou não deveria estar bebendo. Mas acho que por não poder beber e me medicar. A primeira opção não poderia largar. A cartela está cheia. Minha mente também. Cheia de besteira pronta pra transbordar. E transborda. E se joga. O controle de pensamento fica perdido pelo tempo. A velocidade da luz se perde no choque com as ideias. Seremos os campeões do renascimento. Eu renasci! Eu vivi para morrer. Eu morrerei para viver. Não sei ao certo quanto tempo mais viverei. Então enquanto vivo venho a escrever. Escrevo sem um sentido. Sem um motivo. Apenas jogo palavras. Troco pensamentos. Posso ser longo. E curto ao mesmo tempo. Não gosto de histórias. Não gosto desta ideia. De gostar. Odeio todos. Odeio tudo. Odeio inclusive jogar minhas palavras. Elas não valem nada. Não valem nada assim como eu. Como você. Como vocês. Como todos vocês! A inspiração não seca. Não para. Mas a repetição me cansa. L.E.R.! Lesão por esforço repetitivo. Escrevo. Escrevo. Escrevo. E dá vontade de escrever mais. Mas minhas mãos doem. E sinto que meu esforço é em vão. Jogo tudo no...

Amo você.

Sexta-feira.
Dia do erro.
Dia da festa.
Estou extremamente grato que nesta sexta não haja verba.
Pois então assim a violência impera.
Beber de graça, não por opção
mas sim, pela minha condição.
Duvido alguem me negar um cerveja
seja ela amarela, clara, negra, ou morena.
Se me negar jogo-lhe a cachaça
e me sentirei livre da desgraça.
Entendo que assim poderei viver
sobreviver
a mais uma semana
sem te ver.
Amo você!

Matando

Adormeci gigante. O maior de todos os homens. Cortes em minhas costas mostram o que todos os homens desejam. Lutar e. Vencer. Não vou agora dormir em remorso dos que matei. E não vou agonizar em um hospital se conseguir dormir por tanta dor, e pelo ódio de ter me dado mal. Eu sobrevivi. Quanto ao resto. É o resto. Cicatrizes fecham. Sangue estanca. Sabão lava. A vida corre assim. Outras pessoas correm de mim. Mas eu corro mais. Porque há também sempre alguem correndo atrás de mim. É preciso limpar o caminho. Criar o sedimento. Fortalecer o solo. O mesmo por onde meus inimigos irão passar. Mas os corpos de minhas vítimas se unem ao de tantos outros como eu. Que seguem caminhos distintos. Tentando confundir nossos predadores. Lembro-me de certa vez encontrar um velho. Que algum tempo depois viria a estar em meu percurso. O coitado já havia carregado mais de mil nas costas. Tinha habilidade fora do comum. Mas mesmo assim não era considerado ninguém. Nem mesmo a polícia tinha respeito pelo velho. O cara só bebia e quando brigava, eram só facadas e garrafadas. Nada além. Assassino barato. Missões difíceis. Mas bem sujas. Ninguém ligava pro sujeito. Nem mesmo as putas que ele pagava caro pra não ter nada. Mas era um bom sujeito. Principalmente depois de ter a cabeça esmagada pelo meu sapato. Depois pude perceber como acontece as coisas. A vida não muda. Este ciclo segue. E sempre vai seguir. Eu vou matando. Matando. Matando. E matando. Mas quando eu estiver fraco. Serei eu. O morto. Não há chance de escapar. Mesmo se pertencesse à uma máfia. Ou coisa do tipo. Morreria por algum motim. Não peço mais nada da vida. Estou bem assim. Dormi bem. Esse dia foi meu. Então durmo tranquilo. Hoje. Vou acordar. Mas não sei. Se voltarei. À dormir.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Interrupto

Acordar é um martírio. Abrir os olhos. Levantar. Tudo isso requer forças além do comum. É tempo de ódio. Olhos comprimidos. Sangue corre com raiva. Querendo explodir as veias. Implodir o coração. O sol por aqui já não aparece tão bem. Sempre úmido. Sempre frio. O ser humano pede proteção. Pede tanto. Há tanto tempo. Que o frio já passou a fazer parte de seu organismo. Hoje não mais pede proteção. Entretanto outro tipo de proteção sim.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

In.cômodo

Hoje me falta a inspiração. Não mais encontro aquelas mesmas palavras perdidas no chão. Dando-lhes alguma razão a existir. São muitos conflitos. Muitos mitos. Hoje o dia não amanheceu claro. O céu encontra-se turvo. Bastante nublado. Uma névoa escura. Sombria. Olhar a janela nunca foi tão introspectivo. Nunca vi tanto de mim no ar. Um dia inverso. Escuro. A necessidade de acender a lamparina. O reflexo de meu rosto não me diz nada. As rugas apenas escancaram minha fachada. Os olhos caídos parecendo precisar fechar. A sombra encostada na parede. Sem forma. Ninguém me diz nada. Estou só. Apenas o eco dos trovões me acompanham. A visão da cidade abaixo. Escura. A faz parecer ainda mais perigosa. Algo como cenário de filme. Mas é exatamente. Isso. Sem roteiro. Sem encenações. Nada de atores profissionais. O cigarro agora aceso parece dar-me maiores condições de percepção. A fumaça incomoda os olhos. Fazendo-os ficarem mais ativos. As narinas já acostumadas, apenas coçam. Aumentando o movimento do braço. Além de levantar o cigarro. A garganta já farta corrói. Tosse. Expulsa. E expele. Aquele muco indigesto. Lembro-me que ainda há um trabalho a fazer.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Minha companhia...

Bem, meus amigos, vou relatar-lhes o que me tem ocorrido nestes últimos dias. Fatos que não tenho como explicar o porque. Então só irei descrevê-los. Minha memória tem andado fraca. Alguns lapsos. Algumas lembranças longínquas. Sabores de cervejas. E de outras besteiras. Em alguns momentos não consigo definir onde estou. Me lembrar de quem sou. Apenas sei que sou humano. E como humano sou deplorável. Não direi que tentei me assassinar. Até gostaria. Mas sou muito filho da puta pra isso. Não iria fazer esse bem à humanidade. Lembro-me de certa vez, enquanto bebia em um bar a beiramar, os olhos de uma bela menina refletindo o luar, adentrar, sentar-se conosco. Sim, sempre estou acompanhado de vocês, meus amigos. E algo realmente me tocar. Me tocar profundamente. Cheguei a um certo momento, com minha mente tão psicótica, achar que estava sendo apunhalado, no entanto, não vi sangue, então continuei a beber ao lado daquela bela companhia. Hoje não sei o que me passa. Tédio. Vingança. Ódio. Acho que me tornei um sociopata. Ontem decidi olhar algumas fotografias para tentar estimular a memória. Dizem que mente sã corpo são. Mas se a minha não anda funcionando às mil maravilhas é sinal de que logo logo eu venha a desfalecer. Mas não sem antes lembrar daqueles olhos. Daquele rosto. Daquela menina. Tão tímida. Tão íntima. Daquela noite. Agora, me vejo aqui. Deitado a esta cama. Sem sentir forças a sair. Pensamentos fundidos. Ou mesmo, fodidos. Pelo tempo que já passou e não voltou. Pelo tempo que há de vir. Volto a dizer-lhes. Minha memória anda complicada. Esqueço muitas coisas. A verdade é saber que todos os dias. Ao sentar naquela mesma mesa. Ao final da tarde. Início do luar. Aqueles olhos vem me acompanhar. No bar. Nas ruas. Em todo e qualquer lugar. Agora me deitarei. Fecharei-me os olhos. E dormirei. Sei que esta noite será a mais longa. Sem dia a recomeçar. Mas também sei. Ela há de me acompanhar onde quer que eu vá. Ela há.... Ela há.... Ela h.... Ela .... Ela.... El.... E.... .... ... .. . Ela está a me acompanhar!

sábado, 11 de abril de 2009

Lanna (versão da vida)

Bem, estava lendo o blog Coisas Secundárias, e decidi dar um rumo diferente pra Lanna, a personagem do blog lá. Enfim. Espero que gostem. Porque eu achei que ficou una mierdita tan grande que si puede confundir con la selecione argentina de futebol.

Lanna então se vê sozinha. De saco cheio de sempre se dar mal. Decide então dar uma festa com todos seus amigos. Muita cerveja, pouca comida. A música dando a tônica da festa e todos só querendo saber de se divertir. Principalmente Lanna. Que decidira deixar para trás todo seu passado. Não mais iria se envolver intimamente com ninguém. A festa que se iniciara logo após o almoço. Já estava chegando em sua décima hora. Todos extremamente loucos. Corpos suados esbarrando-se. O calor insuportável de verão. Não passava um único vento. Exceto os de alguma respiração próxima ao corpo. Mormaço total. Então que chega Brand. Quem até o momento ela nunca tinha visto. Ele chega e diz trazer algo poderoso. Uma substância simples. Mas que ela jamais esqueceria. Algo muito além do álcool que ela tomava. E bem longe das drogas usadas por seus amigos. Intrigada Lanna continua conversando com o rapaz misterioso. Ele continua a falar. Soube de sua festa por terceiros. Assim como também soube de sua real motivação para a realização da mesma. Então decidi por mim mesmo vir até aqui entregar-lhe o que me há de mais precioso. Do qual eu fiz uso quando me encontrava em situação semelhante à sua. Lanna intrigada com aquilo tentava de todo modo prestar atenção às suas palavras. Mas estava bêbada demais para poder compreender. Ela então o leva para seu quarto. Para assim não ter tanta distração. Adentram ao quarto. O jovem Brand mostra-lhe o que carrega. Ela senta à beira da cama. Faz uso. Em seguida vai deitando-se lentamente. Sua visão segue ficando turva, lentamente. Tudo agora acontece lentamente. Lanna demora um pouco a se acostumar com a situação. Nunca havia experimentado nada além de bebidas e cigarros. Uma situação nova. Brand então pega a chave do quarto, se retira, trancando-a. E posteriormente. Retira-se da festa. Lanna não consegue se mexer muito bem. Não tem forças para mover o próprio corpo. Os olhos, sempre bem abertos neste momento se fecham. Como um cochilo. Ela acorda logo após. Não encontra-se mais em seu quarto. Está apenas passeando pelas ruas de uma grande cidade. Na parte decadente. Lógico. Era disso que ela gostava. Foi isso que ela sempre gostou. Com três amigos que sempre estiveram ao seu lado durante toda sua curta existência, ela senta-se em um dos diversos bares da rua. Uma média de dois bares por quarteirão fazem do percurso de sua casa até o estúdio, cerca de quinhentos metros, ser muito longo. A banda que Lanna tinha desde o colégio não era nada de famosa. Mas sempre tinham a mesma galera na plateia. O que lhes garantia algum sustento sem precisar trabalhar. Além de lhes dar a oportunidade de viajar algumas vezes. E assim ela se sentia feliz. Não fazia questão de mais nada. Apenas de seus amigos, sua banda, e o que ela lhes provia... droga, bebidas e cigarros. Porém, havia algo que a incomodava. Instigava. Hanna. Não a Hanna Montana, outra Hanna. - Lanna, Hanna, puta que pariu. E cadê a Anna? - Bem, Anna aparece agora. Era a namorada de Hanna. Mas não era isso que incomodava Lanna. Havia algum tipo de admiração por Hanna que ela não conseguia definir. Algo como uma paixão platônica. A partir da qual ela se alimentava para manter-se viva. Nada que mudasse o seu rumo ou seu foco. Apenas algo para dar-lhe inspiração. Nossa personagem, poderíamos dizer, não tinha coração. Exceto por alguns poucos momentos de fraqueza. Ela sempre fora uma pessoa forte, egocêntrica e egoísta. Não houve tempo em que tenha se apaixonado por alguem. Era, sim, apaixonada por seus três amigos. Sem eles, não conseguiria sobreviver. Mas Hanna estava sempre em todos os shows. Não faltava a um sequer. Pagava bebidas pra galera. Era de uma família com dinheiro. Tinha tudo o que queria ter. Mas preferia ir ali. Ficar naquela parte imunda da cidade. Onde a decadência encarnava cada ser vivo que pisasse aquele solo. Estava encrostada em cada fissura, rachadura, buraco. Parecia contaminar o ar, ao sair do bueiro. Dava a impressão de que toda essa decadência vinha do esgoto. Um fedor insuportável para quem quisesse se manter são. E ela estava sempre lá. Sempre no raio de visão de Lanna. Ela se perguntava muitas e muitas vezes, geralmente quando estava chapada, o que levava uma menina como aquela a frequentar aquele lugar. Anna, nem sempre estava junta. Menina tão instruída quanto Hanna, mas menos inconsequente. Sabia o quanto era perigoso frequentar certos lugares. E toda semana era assim. Sempre sem muitas alterações. Segunda-feira, dia morto. De terça à quinta, ensaios, e estímulo intenso à criatividade. De sexta à domingo, admiração intensa e enrustida para com Hanna. No entanto, a humilde banda de Lanna conseguira uma turnê de três meses, por vários países. Alguns achavam que era armação e que eles iriam se dar mal. Outros falavam que era fruto de tanto tempo fazendo o que gostavam. Quem não entendia bem como funcionava, falava que era sorte. Mas eles? Bem, eles tavam pouco se importando. Decidiram então fazer uma semana só de festa. No domingo, assim que começou a comemoração. Lá estava Hanna, sozinha. Lanna, já bem inconsequente, vendo o mundo aos seus pés, convida Hanna para tomar alguma coisa em seu quarto, ao momento em que ela aceita rapidamente. As duas se envolvem. No que terminam, Lanna está muito apreensiva. Nervosa. Agitada. Suas mãos não param de tremer. Mal consegue colocar o cigarro na boca. As batidas da música ecoam por seus tímpanos como que se não fizessem efeito. Tudo acontecia muito lentamente. Embora ela estivesse completamente agitada. Ela perdeu o seu norte. Não há mais um ponto de referência. Hanna havia deixado de ser uma utopia. Tornara-se real. Humana. Isso não estava certo. Não poderia!. Enquanto a jovem dormia após a intensa noite de puro sexo. Lanna andava inquieta pelo quarto. Desesperada. Não conseguia pensar em outra coisa. Apenas de que tudo aquilo estava errado. Já havia fumado quase um maço de cigarro sem parar, quando ele achou uma solução. Pegou um amplificador que estava guardado em seu quarto. Subiu a cama. E largou-o do alto. Em direção à cabeça de Hanna. O corpo da vítima começou a mexer-se involuntariamente. Lanna então pegou novamente o amplificador e fiou largando-o em cima dela, até acabar com qualquer sinal de vida. Ao descer da cama, Lanna sentia-se bem mais aliviada. Aquilo realmente tinha lhe feito bem. Estava satisfeita. Mas faltava-lhe algo. Porém nada atrapalhou sua festa. Segunda. Terça. Quarta. Quinta. Sexta. Quando sábado ao sair de seu descanso, em seu quarto, ao lado de sua, agora, eterna, deusa, Lanna esbarra em alguem, logo ao passar a porta. O garoto, meio cambaleando, tentou esboçar um pedido de perdão. Quando Lanna olha pra cara do moleque. E aí?. Qual é!. Tá usando o que? Tu tá muito ruim.. Uma parada nova, tu não faz ideia.. Boa! Tem mais aí? Tô afim.. Claro! Pra você sempre tem. Mas vamos lá dentro.. Melhor.... Quando os dois entram no quarto. O jovem grita. Trabalho bem feito, hein. Ela nem deve ter sentido nada.. Quem sentiu fui eu - ela fala, enquanto o rapazote abre a bolsinha - senti um enorme prazer.. Imagino.. Então ele prepara o ilícito e dá à ela. No início uma euforia toma conta dela. Ela começa a correr pelo quarto. Pular em cima da cama, e mesmo, em cima de Hanna, agora já com quase uma semana de apodrecimento no quarto. Ela começa a fumar intensamente. Enquanto o garoto fica parado, só olhando e rindo, juntamente com Lanna. O ritmo frenético a faz encher varios copos de uísque com vodka, cachaça, cerveja. Ou qualquer outra bebida alcoólica. Quando começa a passar em sua mente, momentos em que ela não era aquela Lanna que sempre imaginou ser. Que já foi frágil. E, por muitos incompreendidas. Mas ela não conseguia captar inteiramente esses pensamentos. Era tudo muito distante. Então ela deitou, com a cabeça no colo de Hanna. Fitou o teto por muitos minutos. Agora se sentia mais leve. Então lembrou-se de um nome. Uma pessoa. Brand? Brand?. - Vamos, amor.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

tchuntchurun

a dor de levar uma porrada
o êxito de ser na cara
a leveza dos atos acumulados
e ao lado pessoas de seu agrado
marchemos rumo ao fim
interessados à quem puder vir
não encontramos solução
mas mais um rumo ao lixo
quem me dera saber escrever
o que vejo como você vê
desculpe não poder olhar
mãos ao alto e vejo o ar
agora já sente bem a dor
a dor de ser ou estar
do eterno momento incolor
eu diria que sou você
e você diria que sentiria amor
a face num instante esmagada
direção e sentido tão preciosos
movimentos sutis e belos
atitudes levadas a esmo
e no fim cai em teus braços
feliz por ser, estar, amadurecer, amar.

terça-feira, 31 de março de 2009

nada

Me falta a criatividade
por isso as rimas não mais existem
eu me escreve como um nada
e as palavras não se encaixam
não existe métrica
e na bebida encontro a solução.
na música a emoção.
e no final...
tudo é normal.

quinta-feira, 26 de março de 2009

axioma

Era domingo. Eu tava enchendo a cara. Como sempre faço. Bebendo aquela gelada. De vez em quando uma caipirinha. As vezes. Tequila. Junto com os amigos. Desde a tarde de sábado. Quando saí do trabalho. Fui pra casa descansar. E no fim da tarde com o sol mais ameno. Porém ainda um bafo quente pelo ar. Amo. Acordo com o corpo suado e tomo um banho pra me refrescar. Depois uma roupa simples. E no fim... Desço as escadas para o bar logo aqui embaixo. Posição estratégica. Peço logo aquela mexicana douradinha que mais parece urina. Desce bem. Juro que antigamente não conseguia entender como em lugares tão quentes a galera conseguia beber bebidas quentes. Mas com a tequila entendi. Foi a tequila e logo em seguida uma boa garrafa de cerveja bem gelada. Nisso começam a aparecer as pessoas. Juntamos mais de uma dezena delas. Todos amigos. Bebendo. Conversando. O boteco é bom. Espera a noite cair dentro para depois fechar as portas. Enquanto isso estamos lá esvaziando o estoque do velho manél. Alguns vão embora antes. Não aguentam a batida. Outros trabalham. E assim. No fim. Somos quatro. A conta é pendurada e lá vamos nós embarcando no ferrovelho maldito. Não faço idéia de como esse carro ainda existe. O bixo só em nossas mãos tem mais história do que muito velhaco ae. E é sempre assim. Fim de semana atrás de fim de semana. O que muda é apenas o que acontece depois que se embarca no motorizado. O resto é axioma.

quarta-feira, 25 de março de 2009

belo

Má e que belo
a beleza da violência me consome
violência noturna
violência gratuita
eu te mostro a minha
e você me mostra a sua.
E assim vamos nos comprometendo
e no fim compreendendo
que sem você eu não e vivo
e sem mim, você não apanha
Mal é belo
joga pelas ruas a esmo
tenho pena de ti
por ti,
te velo em teu enterro.

sexta-feira, 20 de março de 2009

VIVA!

Hoje é sem texto.
-Por quê?
Simplesmente porque meus olhos doem demais, meu corpo quase não se sustenta, minha mente devanea, e essa merda de computador está travando pra caralho. Então é isso, genten. Amanhã é fim de semana. Provavelmente não irei atualizar este lixo, que chamo de meu blog.
Enfim, apenas um aviso a quem me visita todos os dias, pra ver se tem alguma novidade, ou alguma nova besteira escrita.
Grato pela apreensão,
e um viva à doença!
VIVA! \o/

quinta-feira, 19 de março de 2009

doenca.

"Oh, doença, o que queres de mim?
- Seu corpo, seu bem-estar... seu fim."
Assim iniciou-se mais um dia em uma insignificante vida. Insignificante, talvez, para você. Mais muito importante para bactérias, vírus, vermes, e quaisquer outros seres que me teem como o centro do universo. Assim, posso dizer, sou importante para alguns seres vivos. A dor me faz suar, gemer, reclamar, desdizer, gritar. Sofrível. Todos sentem alguma dor. Física. Um tiro, uma facada, um enfarto, ou mesmo uma pancada. Doença, doença, infelizmente em algum momento, terei de decretar o teu fim. E um viva à tecnologia! Evolução humana!
- Evolução?

quarta-feira, 18 de março de 2009

pera

superar
superar
superar
superar
esperar..

terça-feira, 17 de março de 2009

o meu fim

Quero aqui, anunciar meu fim
o começo de todos, o início do nada
venho aqui escrever para todos os fins
não me preocupo no dia que não está por vir
pelo amanhecer que não me espera após a última madrugada
Se não me perco hoje, amanhã não o digo
Apenas venho aqui anunciar meu fim
fim de linhas.
novo uso de roupas vazias
fim do mundo que vivo
fim da vida em um mundo morto
apático, desiludido
tantos adjetivos
apenas para adjetivar o fim.
me pinto de branco
o desejo é pálido
como a paz interior desejada por todas manifestações
meu fim.

tesão

O problema é quando se perde o tesão em viver. Foi a última coisa que eu o ouvi dizer. Depois disso só me vieram notícias por terceiros. Sempre ficava a indagar o que queria dizer com aquelas palavras. Era sábio demais pra ser tão óbvio. Estava claro que ele queria dizer algo além. Não me esqueço de quantas noites, quantos dias, passei pensando. Quantas garrafas de vodka, whiskey, rum, e cerveja, em vão , tentaram fazer com que meus pensamentos fluíssem melhor. Isso, sem contar os maços de cigarro. Todos os dias ia trabalhar com uma idéia, mas na hora da volta, a idéia já era completamente o oposto. E seguia-se assim. Minha vida não andava. E nem posso dizer que ainda anda. Ao menos poderia dizer que existia naquela época. Ao menos, pensava. Quando em um pequeno dia de desatenção, uma fração de segundos passou em várias horas, consegui exatamente o que ele quis dizer. Muito tarde para passar à vocês. Tudo voltou a velocidade normal, um zumbido, uma buzina, que repetia o que ele disse, foi a última coisa que ouvi.

quarta-feira, 11 de março de 2009

o tempo.

Não digo que sou um grande conhecedor do mundo. Até porque. Se fosse. Não viria aqui escrever tantas baboseiras. Mas talvez eu conheça um pouco. Alguma coisa. Talvez. Até importante. E por saber. Dou mais valor a todas essas idiotices que eu escrevo. Quem vai saber. Deus?. Não sei não. Ele não me inspira muita confiança. Mas depois de várias garrafas de cerveja você passa a confiar até no saci. Minha esclerose prossegue numa velocidade avassaladora. Como bárbaros a conquistar o império romano. Já nem me lembro mais o motivo pelo qual comecei a escrever. E o queria realmente passar. Se é que eu pretendia passar alguma coisa. Talvez apenas o tempo mesmo.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

acabou!

Sabe. Eu ando meio preguiçoso. Meio mole. Lento. Talvez alguma doença que me atinja e me faça não ter vontade de mais nada. Mas o importante é que isso passa. Ou não. E se não, não importa. A cerveja vai continuar gelando do mesmo jeito. Eu vou ficar bêbado do mesmo jeito. E meus cigarros durarão alguns minutos mais. Mente positiva. Sempre. A minha criatividade se esgota. Perdi o mojo para inventar histórias. Não que essa não seja inventada. Mas não é bem trabalhada. Nem revisada. Portanto. Perdoe-me pelos erros de português. Se houver. Mas de nada mais importa. Se o importante é apenas fazer um texto mais comprido. Algo menos preguiçoso que uma poesia. Porque. Convenhamos. Juntar versos é muito coisa de preguiçoso. Como eu expliquei há alguns posts. É só jogar palavras desconexas. Só pra fazer rima. E isso. Se você quiser fazer rima. Porque não é obrigatório. E se vierem encher o saco. Dizendo que você não sabe fazer poesia. Ao invés de mandar tomar no cu. Apenas diga que você faz parte de um novo movimento. Tipo um neo-abstratismo-moderno-contemporâneo baseado nas órbitas de netuno e saturno. Em relação com as luas de júpiter. Adicionando aí pitadas irreverentes relacionadas ao aquecimento global e a crise econômica mundial. Simples assim. É claro. Pra se fazer uma coisa bonita. Cheia de tchan. Você não pode ser preguiçoso. Não desmereço os negos doidos que conseguiram ganhar a vida juntando palavras arrumadinhas. Tudo pode ser simples ou complexo. À exemplo disso. Esse texto. Eu escrevi pra cacete e não estou dizendo bulhufas. Mas há alguns textos bem curtos em que digo. Ih, a cerveja acabou!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

migué

num bar com muito samba, rock e axé
eu sentado e todo mundo de pé
mas nem se liga porque tava de rolé
enfiando a mão no bolso e enrolando migué

cansado da monotonia da cidade eu fui
sem saber aonde ia me encontrei por aqui
e agora eu não sei mais como sair
mas nem por isso pensaria em fugir

a arma que eu trazia no bolso me disse o que fazer
preparar, apontar, mirar e deixar acontecer
ambientes a meialuz deixando transparecer
nos aditivos a felicidade estampa o florescer

e quem pensa que tudo acabou
que as loucuras não existem mais
deixa que a gente vai te mostrar
beber, cair, e nunca mais levantar

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

o dia em que o mundo me conheceu - pt.2

Aconteceu mesmo?.

deixe o sol partir

deixe o sol se pôr
deixe a noite cair
a garrafa acabar
a cerveja cuspir
porque na noite acontece
o que é límpido turva
o que é turvo esconde
e o que esconde aparece

deixe o sol se pôr
deixa a noite cair
beber até matar
matar depois ir
assim o que mostra é negro
e dá a sensação de emprego
empregado do desespero
jogado na vala sem medo

o tempo conta por dia
na noite ele não passa
rugas não aparecem
ninguém envelhece
o instinto prevalece
a razão todos esquecem
que contem os dias
nas noites a gente vadia

deixe o sol se pôr
deixa a noite cair
passar de bar em bar
beber e partir
não faz diferença
o céu limpo ou nebuloso
a noite te pega
e te esconde o rosto

deixe o sol se pôr
deixe a noite cair

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Poderia, eu, contar-lhes tudo o que aconteceu comigo. Mas de nada vale a pena, se quem lê não compreende. Se quem viu não viveu. A única afirmativa que posso fazer, e, talvez, quem sabe, em algum momento alguem que não viveu possa entender. Não há nada. Nada. Mas nada! Nada mesmo. Que pudesse ser feito. E, ainda assim, foi feito. Feito feio, ou feito bonito, isso não importa. O sério mesmo é que foi feito. E nada pode mudar isso. O meu olhar em direção ao chão não é submissão. Eu realmente estava pensando em escarrar, aos pés da santa.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

o dia em que o mundo me conheceu - pt.1

Um dia eu nasci. Não sei se foi um bom ou péssimo dia. Mas faço questão todo dia de me lembrar desse dia. Talvez porque nesse dia eu tenha vivido meu primeiro dia. Apesar do que, era noite. Então, eu não nasci em um dia. E não posso me lembrar do dia em que nasci. Eu sou filho da noite. A iluminação artificial. Então serei eu artificial? Uma pessoa sombria, agindo como artificialmente iluminada. Um ser humano eternamente encubado?. Não sei. Só sei que me lembro todo dia de minha primeira noite. A noite em que nasci. A noite em que vivi. É difícil eu me lembrar de tudo como aconteceu. Mas eu sei que aconteceu. A propósito. Se não tivesse acontecido, eu não poderia pensar. Se é que eu penso.

o que eu gosto é a facilidade.

Escrevo poesia porque é fácil.
Não é preciso enredo, nexo, e a rima...
bem, se não houver rima compatível,
e não precisa ser compatível,
é só justificar dizendo ser abstrato,
concreto,
um novo objeto.

Mas se você não tiver idéia
nem pra juntar palavras desordenadas
jogue-as.
assim, sem sentido nenhum.
mar, pedras, jangadas, almoçar
apêndice, amor, não mais, o ar

e nem precisa concluir...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

nussei

me dê um dia
um dia de alegria
uma tarde sem alergia
e noite adentro pela boemia

um caso ao descaso
um romance sem caso
confessaria que com você eu caso
mas não casaria pra não te deixar no atraso

e alimento esse vício
faço uso de um artifício
palavras num papel ofício

do pecado um recado
um jogo mui bem jogado
terminando em dois corpos sepultados