quarta-feira, 6 de maio de 2009

Somos

A carga é bruta. O peso maior do que poderíamos comportar. E nós ainda tentamos. Olhamos para os lados. Mas ninguém para ajudar. Os olhos tristes seus a me condenar. Se um dia imaginasse que chegaríamos a esse ponto. Nunca teria me atrevido a escrever estes contos. Conto de dor. de horror. de vida. de amor. O peso é grande. E não temos ninguém. Um dia poderiámos ter acreditado em deus. Quem sabe agora poderíamos ter a quem recorrer. Fazer uma ligação direta. Uma reza. Mas aqui. Tão próximos eu e você. E lá. Lá se vai nossa última gota de esperança. Será que você me compreende?. Ou esta sua lágrima que caiu é o meu último julgamento?. Me desculpe por sobrecarregar o instrumento. Jogamos para fora tudo que não presta. A vida é a última coisa que nos resta. Nossa fuga. Nossa remessa. Podemos voltar a voar. Podemos ir longe. É difícil empurrar tanto peso para fora. Jogar tudo no abismo do esquecimento. Mas eu faço. Vamos perdendo peso. os poucos suas lágrimas ressurgem. Memórias?. Tristezas?. Esperança?. Alegria?. Alergia?. Ou sede de triunfo?. Te acompanho, meu amor. Fazemos chover. Ganhamos os céus. Eu e você. Estamos cada vez mais altos. Ninguém. E nada!. Jamais vai conseguir nos abater. Nos botar no chão. Exceto quando quisermos. Não somos mais um pequeno ponto no céu. Nós fazemos os céus. Todo o universo. Criamos a vida. Eu. Você. E quem acabou de chegar. Juntos somos três. A chuva não para. Formamos rios e oceanos. Rios que levam a tristeza embora. E desembocam em oceanos de festa e alegria. A carga era pesada. Muito mais pesada do que pensávamos. Mas agora? Somos mais leves que o ar. Mais belos que o céu. Somos tudo o que puderes imaginar...
Sim!, somos!

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