segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

01001010101110

Ela viajava por entre os mundos, deslizava notas por notas e encontrava uma melodia complexamente simples. Não havia nada que pudesse impedi-la de conseguir o que parecia impossível, construía. Naquelas noites em que tudo parecia estar acabado, ela dava vida, e tudo parecia mais feliz, mais certo, mesmo que tivesse alguem na iminência do porre e do vômito. Olhos sublimes somados à uma postura incorretamente correta. Ela fazia jogos, inventava sorrisos nos momentos mais inoportunos, e jamais haveria de se julga-la. A menina conheceu novos lugares.
Corria, cantava, gritava. Amava as coisas que encontrava pelo caminho, era capaz até mesmo de amar uma pedra sem graça, se esta vinha ao seu encontro. Perdoava cada galho que a arranhava. Era tudo muito belo.
Continuava a caminhar, cantava baixinho, e não mais gritava, falava. Ela foi achando que tudo era muito igual nesse mundo que visitava, entediava. A sua beleza já parecia não ser mais suficiente, seu interesse naqueles objetos, naquelas formas, já não causavam nenhuma sensação que pareciam causar antes. Os cortes já doíam, as pedras machucavam. Olhava ao redor e não via nada que lhe desse vontade de explorar mais e mais. Começava a sentir-se sozinha naquele ambiente estranho.
Já não mais andava, parou, a canção silenciou, e a voz calou.

2 comentários:

Anônimo disse...

ta otimo esse da menina
adorei

Anônimo disse...

Fascinante o seu blog, eu amei *.*