segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

praiana

Uma hora da tarde, o sol à pino dava a impressão de que em pouco tempo a praia iria secar. Mas apesar do calor escaldante, havia poucas pessoas na àgua, e menos ainda na areia. - Eu coloco o personagem dessa história no grupo dos que se encontravam sobre os grãos de quartzo. - Por opção preferira ficar ali. Não queria terminar aquele dia de sol cozido naquela água salgada. O dia segue normal, uma caipirinha aqui, depois uma cerveja ali.. não prestava muita atenção ao movimento das ruas, afinal, era mais um dia normal de sol, embora poucas pessoas tenham se disposto a enfrentar o calor na praia, um ar condicionado é muito mais prático, pensava ele. Decidira ir sozinho à orla aquele dia para descansar um pouco. Planejar seus passos futuros, assim como o de seu grupo de amigos. As marcas que ele trazia no corpo entregavam seu estilo de vida, e o marcariam até a sua vez de se deitar sob algum pedaço de terra. Cicatrizes e tatuagens resumiam toda sua vida, ficava feliz em contar como adquirira cada uma, ou em homenagem a quais pessoas fez algumas delas. Uma história bem rica e interessante para alguem que tivera poucas perpectivas ao longo da vida. Nascido numa família de classe média falida, se conformou com o fato de ter poucos talentos, sendo estes beber, brigar e escrever ou pintar algumas coisas, geralmente sob algum efeito proibido. Nascer numa cidade consumida por drogas baratas e consumidores hipocritas não é das melhores coisas que podemos querer. Ele caminhava pela praia, e decidiu sentar em um quiosque. Enquanto acendia o cigarro a cerveja já chegava a sua mesa. Sem camisa, deixava o brasão de sua família feita pelas ruas de seu bairro - uma família que impunha respeito a quem já cruzara com ela pela cidade - à mostra logo abaixo do pescoço, ocupando cerca de 1/4 do espaço de suas costas. Terminara já sua terceira cerveja, e aguardava a chegada na mesa da quarta. Tragou forte o cigarro, e enquanto jogava a fumaça para fora, um senhor pedia licensa para sentar-se à mesa - mais por educação do que realmente se importando com a resposta que lhe seria dada - o rapaz consentiu, curioso pra saber o que aquele senhor queria com ele. O senhor bem arrumado, carregava uma pequena caderneta e uma caneta, aparentemente suiça, com os quais anotava tudo que lhe vinha à mente. Ele pede um cigarro ao jovem, que não nega, então para acendê-lo, ele tira um zippo prateado do bolso, com duas inscrições - '..a morte..' de um lado e '..o fim..' do outro - instigantes para o isqueiro de um senhor de boa aparência como aquele. O senhor traga o cigarro e em seguida pede ao dono do quiosque uma dose de whisky, 'cowboy, por favor', e voltou-se ao nosso personagem, que assistia a cena, tentando pensar alguma razão para aquilo. Antes que me pergunte o que me chamou à esta mesa, te digo, meu jovem. Você é uma pessoa inteligente, muito inteligente por sinal, se não o fosse, não teria tantas marcas das quais tenho certeza que se orgulha, mas esses dias estão estranhos. - o whisky já na mesa, ele da um gole e saboreia o forte gosto do àlcool enxarcando sua boca - Nossas casas se tornam ambientes assustadores, à todos nós. - ele dá outro gole, e acende outro cigarro, nisso é acompanhado pelo rapaz, que também pede mais uma cerveja - Você poderia me mostrar seu zippo?, O que significa isso que tá escrito?, Você vai entender meu jovem, assim que eu terminar de falar. - ele vira o resto do whisky e continua - Existem pessoas que não gostam da gente, não concorda? Então, eu tenho um quadro, em casa, onde anoto o nome de todas essas pessoas. A medida que o tempo passa, vou apagando o nome delas um a um... As vezes sinto que estou velho, sinto a hora se aproximando, sabe? Todos esses problemas que a idade traz. Sinto que a hora tá chegando. Vê aqueles homens vindo ali?, Sim, você os conhece?, Conheço, infelizmente, então para te dar a resposta, queria te fazer compania nesse momento, pra você não se sentir sozinho. - Os homens já estão atrás do rapaz - Estou velho, mas ainda de serviço, não vai doer se você não quiser. Nisso o jovem deu um sorriso e disse, obrigado.

3 comentários:

Karla disse...

``licensa´´
``compania´´

Sei que voce vai para a praia só pra azarar a galere ~~~~

Unknown disse...

poxein
ce dah pra escritor
serio mesmo, axo q vc dah prum BOM escritor
rsrs
=D

Anônimo disse...

uma puta escritor!! ;)