sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

o fim

O dia acabou de cair, eu chego do trabalho, literalmente morto, deitado num colchão confirtável. Vou seguindo de motorista até meu destino final. Passando perto do portão, ouço choros, soluços, e pessoas gritando, tento ver o que está acontecendo, mas não consigo, não consigo me mexer. O carro vai reduzindo a velocidade. Agora é pouco o som que ouço. Desço do carro com ajuda das pessoas, e fico alí, contemplando o que seria aquele céu azul, os pássaros voando, poucas nuvens no horizonte, e uma temperatura agradável. Gostaria de poder ver tudo isso, mas só vejo o preto. As imagens ficam em minha imaginação. Queria também poder sentir a brisa bater, sentir o sol queimando minha pele, mas já não sinto muita coisa...
Faz um tempo que estou aqui. Não sei se algumas horas, ou vários dias. Perdi a noção de tempo, mas não a de espaço.. como já disse, hoje sinto pouca coisa, e o pouco que sinto, são so vermes invadindo meu corpo, entrando pela minha boca, pelo meu nariz, fazendo de mim, a refeição da vez. Esse é o meu fim, morri salvando uma pessoa, e tenho o mesmo fim daquele que me matou.

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