quinta-feira, 23 de outubro de 2008

o can

Quando criança eu costumava cantar canções que exaltavam o espírito de amar. Hoje eu cresci, e agora costumo cantar, cantar canções para quem gosta de brigar. Um dos meus lugares preferidos pra cantar é no bar. Lá ninguém tem paciência. E é só você se aumentar um pouco mais a voz durante o canto, e cantar provocando. Depois é correr pro abraço. Copos, canecas, cadeiras e garrafas. Nem mesmo as mesas (chumbadas) escapam. Quando criança eu gostava de correria, brincar de pique-pega. Hoje, é pega-pra-capá. Se você não souber se safar, tá fodido nesse mundo. Entenda que aqui, não quero incentivar ninguém a violência. Apenas digo minha realidade. A violência faz parte do meu dia. Acordo, ligo a televisão, e já vem violência. Saio de casa, no subúrbio, e um corpo jogado na lixeira é mais um pouco de violência. A caminho do trabalho, a coronhada levada numa blitz porque não há dinheiro para pagar o almoço dos 'cops' é mais violência. No trabalho, o chefe vendo comigo, vem mais violência. A cerveja que me é digerida, é o ponto de escape. O cigarro, o motivo do meu trabalho. O apartamento com quatro, banheiro e cozinha, é o suficiente. Não faço questão de comprar muita coisa. Apenas o necessário a minha sobrevivência já basta. Mas costumo me lembrar muito de quando eu era criança. Meus pais peidavam e saía notas de mil dólares. Nunca entendi bem o porquê disso. Comecei a beber. Continuo bebendo, e continuo não entendendo.

Um comentário:

Doug disse...

Queria ser rico e peidar notas de mil dolares.