quinta-feira, 16 de outubro de 2008

se amarra?

As minhas mãos tremulas de ansiedade. Será que vai dar certo, ou será que, mais uma vez, eu vou dar de cara no chão? Não aguento essa dúvida na minha mente. Pro inferno com isso – viro meu copo de uísque. Desce macio, massageando minha laringe. Me faz suportar um pouco mais esse calor mortal. A televisão emite alguns sons sem muito sentido. Faz tempo que essa merda não diz nada de importante, podemos adivinhar todas as notícias do dia seguinte “fulano morre com cinco tiros pelas costas” “polícia mata dez moradores de rua” “criminosos estupram e matam, coletivamente, dezessete crianças da creche tal”. Sempre a mesma merda. Nenhuma novidade. Mas o que eu pretendo fazer, irá mudar minha vida para sempre. E ao menos uma vez, o noticiário terá algo de novo para mostrar. Algo que eu nunca vi eles transmitirem. É só esperar a hora certa e ver como vai ficar. No entanto, enquanto a hora não chega, eu tenho que fazer meu coração aguentar. Eu espero, espero, espero. Esperei. Porém, infelizmente, não vi a hora chegar. Apenas vi, cerca de cinco homens entrarem em minha casa, escutei alguns disparos, e nada mais. Ao que tudo andou, após, seu corpo foi entregue aos porcos. O que ele esperava que virasse notícia, não foi parar nos jornais. Nem mesmo seu desaparecimento. Mas as revistas, distribuídas por ele, que não foram destruídas, continuam a contaminar a população.

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